terça-feira, 22 de outubro de 2013

Além do bem e do mal - Nietzsche

Além do bem e do mal é um livro de Friedrich Nietzsche, filósofo alemão, de 1886, que abrange o início do amadurecimento da filosofia de Nietzsche. Por ser uma filosofia entre e além do bem e do mal, literalmente, ela deve abranger nuances que ninguém pára normalmente para pensar e ampliar o espectro das perspectivas. Estas não são só "formas diferentes de ver algo", porque assim é fácil, na verdade as perspectivas nietzscheanas são destrutivas - ir até a validade final de uma ideia ou conceito, no que é possível fazer isso com as palavras, de forma que você veja que convicções, ideologias e outros vícios do pensamento são irrefletidos. Deste livro saem críticas à moral, à religião, ao homem nobre; enraízam-se o existencialismo, a filosofia analítica e até mesmo um primórdio psicanalítico de pensamento. Um ode ao livro mais abrangente desde Aurora: "O santa simplicitas! - Em que curiosa simplificação e falsificação vive o homem! Impossível se maravilhar o bastante, quando se abrem os olhos para esse prodígio! Como tornamos tudo claro, livre, leve e simples à nossa volta! Como soubemos dar a nossos sentidos um passe livre para tudo que é superficial, e a nosso pensamento um divino desejo de saltos caprichosos e pseudoconclusões! - como conseguimos desde o princípio manter nossa ignorância, para gozar de uma quase inconcebível liberdade, imprevidência, despreocupação, impetuosidade, jovialidade na vida, para gozar a vida! E foi apenas sobre essa base de ignorância, agora firme e granítica, que a ciência pôde assentar até o momento, a vontade de saber sobre a base de uma vontade bem mais forte, a vontade de não-saber, de incerteza, de inverdade! Não como seu oposto, mas como - seu refinamento! Pois embora a linguagem, nisso e em outras coisas, não possa ir além de sua rudeza e continue a falar em oposições, onde há somente degraus e uma sutil gama de gradações; embora a arraigada tartufice da moral, que agora pertence de modo insuperável a 'nossa carne e nosso sangue', chegue a nos distorcer as palavras na boca, a nós, homens de saber: de quando em quando nos apercebemos, e rimos, de como justamente a melhor ciência procura nos prender do melhor modo a esse mundo simplificado, completamente artificial, fabricado, falsificado, e de como, involuntariamente ou não, ela ama o erro, porque, viva, ama a vida!" - Friedrich Nietzsche.

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