quinta-feira, 3 de outubro de 2013

3096 Tage

Como seria ser sequestrada quando ainda criança inocentemente andando na rua? Como seria depender totalmente de uma pessoa que você não conhece para sobreviver? Como deve ter sido ficar presa em um ambiente minúsculo, com pouco ar e pouco o que fazer, por 8 anos? Crescer com a paisagem de quatro paredes, uma privada e uma pia é o que a austríaca Natascha Kampusch passou e vem nos contar também através desse filme: 3096 Tage.
Natascha tinha 10 anos quando se aventurou a ir para a escola pela primeira vez a pé. No caminho, um desconhecido a raptou, colocando-a em sua van. Wolfgang Přiklopil é o nome do raptor que manteve Natascha presa por mais de 8 anos em cativeiro, causando a ela deficiências físicas, abusos sexuais e psicológicos que a marcaram pelo resto da vida.
Apesar de ter conseguido escapar aos 18 anos, Natascha se sentiu na obrigação de escrever uma autobiografia, a qual serviu como impulso pro lançamento do filme, de um documentário e também de um talk show. A garota passou fome, era algemada, era obrigada a raspar a cabeça; por muitos anos nem pôde tomar banho.
Eu sempre recomendo filmes com temáticas mais pesadas porque acredito impossível assistir isso e não mudar por dentro e, pra mim, o conceito de filme pra entretenimento perde muito da riqueza que poderia ser trabalhada de forma mais significativa. Esse filme é significativo. Não vai te deixar exatamente feliz porque tudo que você ver na tela vai ser entoado com um sussurro de "e o pior, é que aconteceu de verdade", mas vai te transformar.

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