sábado, 20 de junho de 2015

Ecce Homo - Nietzsche

Oi!!! Hoje é um grande marco pra mim porque finalmente estou falando desse que é o último dos lançamentos oficiais de Friedrich Nietzsche e, depois de quase 7 anos lendo esse autor, posso dizer que estou acabando sua bibliografia. Expliquei melhor a parte cronológica no último post sobre Nietzsche no ano passado. Portanto, hoje, vou somente recomendar esse livro pequenininho e extremamente controverso. O livro é de 1888 e essa edição é da Companhia de Bolso e possui 100 páginas. 'Ecce Homo' causou muita repercussão por aparentar que o filósofo já tivesse perdido a lucidez e escrevesse capítulos com títulos como "Por que sou tão sábio/inteligente/escrevo tão bons livros" numa mesma época em que Nietzsche enviava cartas para amigos próximos assinando como Zaratustra/Jesus Cristo/Wagner etc. Deixada a suposta loucura de lado, é o livro em que ele tenta explicar seus livros antigos (após a introdução de por que ele é tão bom rs). Cada mini capítulo é recheado de aforismos que procuram explicar ou aprofundar algum tema de seus livros anteriores. Acho que é um livro fundamental pra quem já leu algum/alguns dos livros passados e não entendeu direito ou ficou curioso por mais.
Já aviso que mesmo pequenino é complexo, como sempre, e continua também ampliando a filosofia de Nietzsche (não é só um livro explicativo). Como de costume, vou deixar um trecho para incitá-los a pensar um pouco sobre esse interessante livrinho:
"Perguntarão porque relatei realmente todas essas coisas pequenas e, seguindo o juízo tradicional, indiferentes: estaria com isso prejudicando a mim mesmo, tanto mais se estou destinado a defender grandes tarefas. Resposta: essas pequenas coisas - alimentação, lugar, clima, distração, toda a casuística do egoísmo - são inconcebivelmente mais importantes do que tudo o que até agora tomou-se como importante. Nisto exatamente é preciso começar a reaprender. O que a humanidade até agora considerou seriamente não são sequer realidades, apenas construções; expresso com mais rigor, mentiras oriundas dos instintos ruins de naturezas doentes, nocivas no sentido mais profundo - todos os conceitos: "Deus", "alma", "virtude", "além", "verdade", "vida eterna"... Mas procurou-se neles a grandeza da natureza humana, sua "divindade"... Todas as questões da política, da ordenação social, da educação foram por eles falseados até a medula, por haver-se tomado os homens mais nocivos por grandes - por ter-se ensinado a desprezar as coisas "pequenas", ou seja, os assuntos fundamentais da vida mesma... [...]"

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