terça-feira, 26 de maio de 2015

Voos e sinos e misteriosos destinos/Aguapés

Oi! Aí estão os dois livros que levei para a viagem: 'Voos e sinos e misteriosos destinos' de Emma Trevayne e 'Aguapés' de Jhumpa Lahiri. Na ordem que li 1) Não achei muitas informações sobre a autora de 'Voos e sinos e misteriosos destinos', sei que o livro é de 2014, com 312 páginas, da Editora Seguinte e que a autora possui outros livros não traduzidos para o português. Comprei esse livrinho pela capa e pelo nome diferente, rimado, que fazem dele algo muito encantador. A história é de um menino de 10 anos, Jack, que descobre que existem outros mundos e, de forma bem peculiar, vai para outro chamado Londinium, uma versão diferente de Londres. Não gosto de entrar muito em detalhes porque acho que já dá um panorama muito grande do que ocorre, portanto, vou falar direto minha opinião sobre esse livrinho especial. A escrita é tão gostosa que me fez procurar outros livros dessa autora correndo, é super divertida e envolvente. Realmente ri alto em diversas partes do livro, pois ele mistura a ingenuidade e expectativa do leitor com um humor super desenvolvido entre as personagens do livro. Londinium é inteira steampunk, o que também achei inovador, num suposto mundo alternativo no qual ninguém mais consegue respirar de tanta fumaça e precisa de pulmões de metal - entre outros utensílios de ferro que vão substituindo algumas partes dos seres humanos, que acabam vivendo com medo de enferrujar e precisam tomar óleo para funcionar. Linear, de linguagem direta e, inclusive, com algumas figuras 'Voos e sinos e misteriosos destinos' é um livro para aqueles momentos em que só se quer relaxar e mergulhar em outro mundo.
2) Deixei 'Aguapés' para ler por último porque é mais "pé no chão" já que envolve política. São 437 páginas, Editora Biblioteca Azul e lançado em 2013. Jhumpa Lahiri nasceu em 1967, em Londres, e atualmente tem diversas histórias curtas e dois livros, sendo um "Aguapés" e o outro "O Xará". "Aguapés" segue a história de dois irmãos, Subhash e Udayan, separados por desavenças políticas. A história cresce de tantas formas que eu nem sei como expressar. É um livro fascinante, na linha de "O menino do pijama listrado" e os livros de Khaled Hosseini, sabem? Uma profundidade emocional de tirar lágrimas. Amei-o por conta do desenvolvimento de cada personagem singularmente e o entrelaçado do todo, amei-o também porque a história muda de perspectiva o tempo inteiro e, então, não podemos dizer, mesmo que escrito em terceira pessoa, em quem Lahiri focou mais, pois todas as personagens falam com o leitor e fazem com que nos sintamos em sua pele. Um tema grande como a política na Índia, baseado na insurgência de 1960 de Naxalbari, com o pano de fundo da esquerda Mao/Che/Marx, tão bem trabalhado numa família simples, comum e pobre em que tantos destinos se enraízam, marcados pelo remorso, escolhas, expectativas e compaixão. Lindo.

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