quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

The tender passion

Tinha iniciado um tempo atrás os posts sobre Peter Gay, vocês podem conferir clicando aqui, e agora venho continuar. :) Eu mantenho os elogios que fiz da primeira vez, em 100 páginas de The tender passion o estilo é fluido e super compreensível mesmo que o tema seja espinhento. Esse livro é o segundo da série The Bourgeois Experience: Victoria to Freud e o seu ano de lançamento data de 1990. O foco de The tender passion é o amor, ou melhor, o romantismo do século XIX e reflexões sobre seu encaixe no mundo burguês. Já de início Peter Gay traz relatos através de diários, característica riquíssima dessa série, pra ilustrar diferentes formas de enxergar esse tema romântico. Em seguida, ele parte pro discurso mais teórico falando sobre duas formas que ajudaram os preconceitos religiosos no que concerne ao sexo: o Romantismo e o Iluminismo. Então, diferente do que a gente pensa, o Romantismo não é só melodrama assexuado, pois o propósito foi outro na época do seu auge. É uma análise interessante que Peter Gay faz nesse livro ao discorrer sobre os posicionamentos fisiológicos e filosóficos sobre amor e sua importância para quebrar os tabus da época - provavelmente criando ou recriando novos. Gostei especialmente da ala filosófica que traz bastante clareza sobre Arthur Schopenhauer e Friedrich Nietzsche! E isso porque nem estou em 1/3 do livro ainda. Rico e especialmente instrutivo, Peter Gay eternamente recomendado (com ressalvas para o lado psicanalítico porque sabemos o quão especulativo ele é). Sobre o Romantismo: "Não importa o quão distante ou com quanto desprezo, os pensadores do século XIX sobre amor não eram simplesmente adversários mas também ingredientes da cultura burguesa. Eles projetaram e organizaram os desejos burgueses não menos do que seus medos, deram voz às fantasias desastradas não mencionadas de desejo. Havia, de fato, um princípio essencial que cínicos, metafísicos, pesquisadores, e burgueses comuns podiam concordar com ânimo: o amor verdadeiro era a conjunção de libertinagem com afeição".

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