segunda-feira, 24 de junho de 2013

Uma nova história da arte

Esse é um dos livros que eu estou lendo e é, de longe, o mais fenomenal. Uma nova história da arte foi um livro recomendado ano passado, enquanto ainda estava cursando o ensino superior e esse ano resolvi comprá-lo (também porque estou fazendo curso de História da Arte e provavelmente vou precisar de um embasamento amplo pra escrever o trabalho final). Já gostei dele de cara por trazer aspectos da arte dita oriental, como Japão, Índia e China, por exemplo; fora que é uma abordagem diferente da que me foi apresentada academicamente. Sempre interessante. Seu autor se chama Julian Bell, nasceu em 1952, Inglaterra e leciona teoria e história da arte, ele também é um pintor nas horas vagas. O livro tem imagens de duas páginas, super bem ilustrado, e é instigante. Começa em cerca de 40mil AEC com destaque para o que pode ser interpretado como arte nos mais variados pontos do globo. Também me impressionaram certos aspectos que mostram que os "selvagens" ou "primitivos", que julgamos serem assim nos séculos anteriores, não fazem jus a nenhum desses dois conceitos em se tratando do que foi encontrado, vejam a caverna de Chauvet, em 28mil AEC:
"A pintura encontrada nas caverna europeias parece ter buscado, desde seus primórdios, efeitos altamente naturalistas. Mas isso não explica por que as pessoas se recolhiam da luz do sol em passagens frias, escuras e perigosas para praticá-la - com frequência retornando milênio após milênio ao mesmo local. Tudo indica que se tratava de um ritual com diversos participantes: as mãos impressas ou estampadas na superfície de muitas rochas, por meio de pigmentos soprados com a boca, revelam a presença também de crianças. Em muitas paredes, o desenho dos animais não parece um ato de criação de imagens visíveis, mas um gesto de intervenção de pessoas que retornaram para acrescentar mais um traço a um sítio que se tornara significativo pelas marcas deixadas anteriormente, o que pode explicar por que alguns deles se tornaram um emaranhado ilegível de rabiscos sobrepostos. Entretanto, no caso do teto das câmaras maiores em Altamira e Lascaux, vemos as imagens habituais de cavalos, bisões e cervos distribuídas em formações mais ou menos ordenadas. Esses tetos são tão altos que os artistas que trabalharam neles devem ter ficado em pé sobre andaimes. Iluminadas por lanternas e tochas, essas pinturas devem ter oferecido um espetáculo bruxuleante e inatingível para quem quer que erguesse os olhos para elas - um equivalente paleolítico de nossas experiências hodiernas com a tela de cinema ou o trem-fantasma dos parques de diversão". - Bell.

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